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ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO EM UTI

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO EM UTI

Cuidados de enfermagem na UTI adulto

 A equipe deve

•       Realizar mudança de decúbito a cada 2 horas;

•      Fazer avaliação neurológica (nível de consciência, respostas motoras, diâmetro, simetria e fotossensibilidade das pupilas);

•       Auxiliar o enfermeiro e o médico em procedimentos específicos;

•      Realizar todos os procedimentos relacionados à higiene e conforto do paciente.

 A monitorização cardíaca deve ser contínua, com rodízio do local dos eletrodos;

Deve-se saber diferenciar artefatos de traçados reais;

Observar alterações de ritmos cardíacos, o sinusal do ritmo não sinusal, e eventual aparecimento de arritmias;

 Realizar balanço hídrico, anotando ganhos e perdas, no mínimo a cada 2h;

◦    Ganhos: medicações, líquidos (VO e EV), dietas e líquidos por sondas, NPP (nutrição parenteral prolongada) e hemoderivados.

◦    Perdas: diurese, evacuação, débito de drenos, débito de sondas, e as perdas insensíveis (suór, estado febril e vômitos).

 

“O balanço hídrico permite controlar e adequar o aporte hídrico de acordo com a afecção, evitando assim a sobrecarga volêmica ou desidratação”.

   Cuidados com sonda vesical:

◦    Utilizar sempre sistema fechado (troca de sondas, avaliar sinais e sintomas);

◦    Fixação adequada: prevenção de fístulas uretrocutâneas e/ou edema uretra interna);

◦    Homens: anterior do abdome, mantendo a uretra alinhada.

◦    Mulheres: face interna da coxa.

◦    Trocar a fixação a cada higiene íntima.

◦    Higienização: 2x ao dia, com água e sabão, e depois do enxague com clorexedina aquosa= diminuir riscos de infecção.

 Cuidados com o paciente em Ventilção Mecânica/Cânula de entubação/traqueostomia:

  •  

     

    higiene oral 3x/dia, previne infecções respiratórias e sepse no jejum prolongado;
  •  Observar fixação e posicionamento da cânula endotraqueal, com o objetivo de prevenir a extubação (perdas acidentais) e a ventilação seletiva;
  • Aspirações de secreções, mantendo vias aéreas permeáveis sempre que necessário;
  • Recomenda-se cânulas com cuff de baixa pressão, diminuindo traumas de traquéia, insuflar lentamente até cessar a saída de ar (ideal pressão de 20cmH2O);
  • Controlar e registrar parâmetros do ventilador;
  • Participar do processo de desmame;
  • Acompanhar evolução dos exames gasométricos e radiológicos, garantindo uma assistência de enfermagem adequada à evolução do paciente;
  • Pacientes com função pulmonar bastante comprometida, que necessitam de PEEP (pressão expiratória final positiva) e FiO2 (fração inspirada de oxigênio alto). Ex: SARA (síndrome da angústia respiratória do adulto) recomenda-se sistema fechado de aspiração endotraqueal;
  • Desenvolver comunicação adequada com pacientes entubados/traqueostomizados;
  • Mudar o decúbito a cd 2 horas para auxiliar na prevenção e/ou tratamento de atelectasias pulmonares e acúmulo de secreções.

 Cuidados para a Prevenção de Quedas:

  Avaliar todos os pacientes quanto ao risco de quedas:

◦    Idade inferior a 5 anos e superior a 65 anos;

◦    Agitação ou confusão;

◦    Distúrbios neurológicos;

◦    Utilização de sedativos;

Na presença de um ou mais desses casos, recomenda-se:

◦    Manter cama baixa, rodas travadas e grades elevadas;

◦    Utilizar restrição ao leito SN (consentimento informado);

◦    Atender prontamente o chamado do paciente;

◦    Deambulação com auxílio.

   Privacidade do Paciente:

◦    Respeitar sua individualidade, sua intimidade, sua privacidade, seus anseios, seus valores, sua cultura, suas crenças;

◦    Respeitar seus familiares e reconhecer a singularidade de cada um de nós.

  Cuidados com a integridade da pele:

◦    Mudança de decúbito, para a prevenção de úlceras de pressão a cd 2 h;

◦    Proteção das proeminências ósseas, com coxins, evitando isquemias nestas áreas de maior pressão;

◦    Hidratação da pele e massagem de conforto após banho, favorecendo a circulação periférica e consequentemente áreas de maior pressão;

◦    Utilização de colchões pneumáticos, colchonetes piramidais (casca de ovo), porém nada dispensa os cuidados básicos.

 Cuidados na Administração de DVA (drogas vasoativas)

—  Utilizar sempre que possível, bombas de infusão, pois desencadeiam importantes alterações hemodinâmicas;

—  Controlar PA e FC no intervalo máximo de 60 minutos, para que possamos detectar e/ou corrigir alterações hemodinâmicas.

São elas:

—  Dopamina:

◦    Classificação farmacológica: adrenérgico

◦    Classificação terapêutica: inotrópico (+) e vasopressor

◦    Apresentação: injetável, ampolas de 10 ml com 50mg

◦    Diluição recomendada: SG5%=200ml e Dopamina (Revivan)= 50ml= 1mg/ml

◦    Farmacodinâmica: estimula os receptores dopadrenérgicos (rim), betadrenérgicos (coração) e alfadrenérgicos (vaso).

◦    Indicações:

–  Aumenta o fluxo renal de 1 a 2 mcg/kg/min (dose dopaminérgica);

–  Inotrópico de 2,5 a 10 mcg/kg/min e Vasopressor >10mcg/kg/min

↑ Débito cardíaco, FC e PA;

↑ RVS (resistência vascular sistêmica)

↑ Força de contração do VE (ventrículo esquerdo)

Importante ajustar a volemia antes de administrar a droga.

Excreção: Urina

 —     Dobutamina:

◦               Classificação farmacológica: adrenérgico Beta 1

◦               Classificação terapêutica: inotrópico

◦               Apresentação: injetável, ampolas de 20ml com 250mg

◦               Diluição recomendada: SG5%=230ml e dobutamina=20ml = 1mg/ml

◦               Farmacodinâmica: estimula os receptores beta 1 adrenérgicos

Indicações:

◦               Dose de 2,5 a 10mcg/kg/min, excepcionalmente até 40mcg/kg/min:

 ↑ DC

↓ RVS (pós carga)

↓ pressão do VE

FC estável

Excreção: bile e urina

 

—  Nitroglicerina:

Classificação farmacológica: nitrato

Classificação terapêutica: antianginoso e vasodilatador

Apresentação: injetável, ampolas de 5 e 10ml = 5mg/ml

Diluição recomendada: SG5%= 240ml e Tridil=10ml=200mcg/ml

Farmacodinâmica: ↑ a produção de óxido nítrico com ↓ do cálcio e relaxamento das veias.

Indicações:

◦    Iniciar com 15mcg/min, ajustando em cotas de 10 a 15 até 200mcg/min;

◦    Doses baixas= venodilatador

◦    Doses altas: age nas artérias fazendo vasodilatação

◦    ↓ pré e pós carga

◦    ↓ tensão da parede do VE

◦    ↓ consumo de O2 do miocárdio

Excreção: urina

 —  Nitroprussiato de Sódio:

Classificação farmacológica: vasodilatador

Classificação terapêutica: antihipertensivo

Apresentação: injetável, ampolas de 2ml com 50mg

Diluição recomendada: SG5%=248ml e Nipride=2ml=200mcg/ml

Farmacodinâmica: produz óxido nítrico reduzindo a disponibilidade de cálcio e consequentemente relaxamento da musculatura vascular

Indicações (subst. Fotossensível):

—  Vasodilatação venosa e arterial iniciando com 0,25mcg/kg/min

—  ↓ RVS

—  ↓ Níveis pressóricos, perfusão cerebral e coronariana

—  ↓ pré e pós carga

Excreção: renal

 

—  Bitartarato de Norepinefrina:

Classificação farmacológica: adrenérgico

Classificação terapêutica: vasopressor e inotrópico

Apresentação: injetável, ampolas de 4ml com 1mg/ml

Diluição recomendada: SG5%=150ml e Levophed=16ml=0,1mg/ml

Farmacodinâmica: ação vasopressora nos receptores alfa adrenérgicos e efeito inotrópico ação direta nos receptores cardíacos beta 1.

 Indicações:

Doses iniciar com 0,05mcg/kg/min e titular o efeito até 1mcg/kg/min

◦    ↑ RVP

◦    ↑ PAm

◦    ↓ fluxo de sangue para a pele, músculos e território esplâncnico e renal

Excreção: urinária

 Atenção para o ajuste da volemia antes de administrar a droga.

Todas as drogas devem ser administradas através de bomba de infusão.

  Cuidados na adm de dietas:

—  Verificar a dieta de acordo com a prescrição;

—  Elevar o decúbito 30º para infusão das dietas;

—  Testar a posição da sonda antes da adm indevida da dieta, com risco de aspiração;

—  Aspirar a sonda e avaliar resíduo, líquido de estase gástrica. Se retorno ↑ que 50% do volume infundido nas últimas 4 horas, manter a sonda fechada, e testar resíduo após 1h;

—  Infundir a dieta lentamente, a fim de evitar distúrbios gastrointestinais;

—  Manter por 30 min após a infusão das dietas o decúbito elevado, facilitando a digestão e evitando aspiração;

—  Observar ruídos hidroaéreos, distensão abdominal, náuseas, vômitos e diarréias.